quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Impasse entre Pirola e o bloco de vereadores que o elegeu presidente

Reprodução Câmara Municipal de Brusque
Um mal estar ocorrido esta semana na Câmara Municipal de Brusque entre o presidente da Casa, Jean Pirola, e os vereadores que apoiaram sua eleição para comandar a casa este ano pode ser o primeiro impasse da Câmara Municipal de Brusque na atual legislatura que nem começou a trabalhar em plenário. Pirola teria feito acordo com os partidos e em troca do apoio cada um indicaria nomes para compor as cinco vagas comissionadas. Ocorre que teria, na segunda-feira, exonerado quatro dos cargos e nomeado outros que não eram aqueles tratados no acordo com os partidos.

Conforme apurou o Blog Visão 10, um aparente acordo entre Pirola e Jones Bósio, do DEM, estaria passando por cima de tudo e deixando os demais partidos descontentes. Moacir Giraldi e Rodrigo Cesari, ambos ligados diretamente ao partido que Bósio preside, seriam dois dos nomes a ocupar as funções. Mas o partido ainda iria nomear outros dois, um deles para a área jurídica do Legislativo.

Um dos principais descontentamentos teria partido do vereador doutor Lima, do PSDB. Isso porque ele teria direito a indicar um nome e optou pela permanência da jornalista Ana Roberta Venturelli Costa, que atuava na assessoria de imprensa da casa. Porém, Pirola teria exonerado a mesma, contrariando o acordo. A vaga seria ocupada, possivelmente, por Cesari, indicado por Bósio. O blog apurou com uma fonte ligada aos partidos que o DEM teria quatro dos cinco nomes alinhavados com Pirola para nomeação.

Dos cinco nomes que já ocupavam cargos de comissão e deveriam dar lugar a outros indicados, o presidente da Câmara não teria exonerado apenas um deles, Ronei Zancanaro. Uma fonte ligada aos partidos disse ao blog que o presidente manteve o servidor, que tem feito trabalho técnico competente no Legislativo, sob acordo de indicar alguns cargos no setor de Educação, gerido pelo secretário José Zancanaro.

O blog conversou com alguns dos vereadores do envolvidos na questão, que confirmaram o “leve” atrito e o mal estar com o presidente da Câmara. Porém, sem querer dar muitos detalhes. O blog tentou contato com Pirola para falar sobre o assunto, mas não obteve sucesso até a publicação do conteúdo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Hospital Evangélico deve fechar UTI Neonatal e adulta

Recebi a informação de que o Hospital e Maternidade, o antigo Hospital Evangélico, em Brusque, vai fechar a UTI Neonatal inaugurada em 2014. E mais, que está sob ameaça, ainda, a UTI adulta. O fechamento estaria previsto para 17 de novembro, mas pode ser antecipado.

Não há nada oficial por parte do hospital, mas más línguas dizem que a coisa anda de mal a pior por lá. Isso em termos de condições de manter a administração da casa. Comenta-se até em descontentamento com a gestão, principalmente a gestora Ilse Barbosa. Inaugurada em 28 de agosto de 2014, a UTI Neonatal do hospital chegava na época como solução para um dos problemas mais graves que enfrenta a saúde de Brusque no que tange ao atendimento pediátrico. Embora de serviço particular, ventilou-se até a ampliação via Sistema único de Saúde (SUS), através de convênio com o município. 

De prático e efetivo, nada diferente do que já havia foi efetivado. Em janeiro deste ano, a direção comunicava à população que, a partir do dia 12 daquele mês, o atendimento clínico seria interrompido. A justificativa eram ajustes na administração eu estavam ocorrendo, aliada à inadimplência e redução e faturamento. Poucas semanas depois, o hospital anunciava que a medida era temporária. 

Pelo que ouvi, a UTI adulta já nem está em funcionamento e fecha a partir desta terça-feira, 1º de novembro. A Neonatal já não estaria em funcionamento há semanas.

Tentei contato com a direção do hospital, principalmente a gestora Ilse, para falar do assunto, mas não consegui em vários momentos. Celular desligado e no hospital, nada também. Soube que há um descontentamento e cheguei a ouvir que o tal fechamento será feito da mesma forma como anunciado o do PA em janeiro: da noite para o dia. Onde há fumaça, tem fogo, já diz o ditado.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Justiças Federal e do Trabalho dão mau exemplo em Brusque

Ontem no final do dia recebi um comunicado da OAB subseção Brusque sobre mudanças no expediente do Judiciário de Brusque nesta sexta-feira e na próxima semana. O motivo é o Dia do Servidor Público, comemorado neste 28 de outubro, bem como o feriado de 2 de novembro. Pasmem: as justiças do Federal e do Trabalho vão fazer um feriadão prolongado de três dias.

Conforme o comunicado, destinado a orientar o cidadão sobre os serviços deste setor, o Fórum vai fazer o feriado (não menos absurdo) na sexta-feira, mas atenderá normalmente na segunda-feira, 31, e terça-feira, 1º. O que chama atenção é que a Justiça Federal e a do Trabalho não atenderão na segunda-feira e na terça-feira, retornando o atendimento apenas na quinta-feira, já que na quarta-feira, 2, é feriado de Finados.

Esse tipo de situação é uma das que mais coloca o serviço público na linha das críticas e de desrespeito ao cidadão. O absurdo está na falta de respeito ao cidadão que precisa dos serviços. Seja qual for o setor ou órgão, serviço público é serviço ao cidadão, à população. Servidor público, seja ele um prefeito, um vereador, o governador, o presidente da República ou um juiz, é servidor público.

O servidor público é uma atividade das mais necessárias e deve ser respeitada, merecendo toda e qualquer menção de valorização. Porém, regalias não são direito e mérito de respeito. Algumas regalias são tão absurdas quanto desrespeitosas ao cidadão. Tenho mencionado há muito tempo o ponto facultativo, por exemplo, que faz com que toda uma estrutura necessária ao cidadão seja interrompida enquanto toda uma cidade, estado ou país seguem com a vida e a rotina normal.

Da mesma forma, fazer feriado no Dia do Servidor Público é outra falta de respeito com o cidadão. Já pensou se outras atividades e profissões resolvessem, por decisão própria ou força de lei, tornar feriado o dia dedicado ao seu segmento? Penso que o servidor público precisa tomar consciência de sua importância para a sociedade e o cidadão e não ter nesse tipo de regalia uma espécie de prêmio.

Aos gestores, principalmente os políticos, cabe lembrar que há outras formas de valorizar o servidor para não perder seu apoio do que manter esse tipo de regalia que apenas prejudica a população como um todo. Mas como eu já disse em outra ocasião, será que há político com peito para enfrentar e acabar com esse tipo de absurdo que o serviço público ostenta?

No que tange ao caso das justiças Federal e do Trabalho do Trabalho de Brusque, apenas como exemplo, assim como todas as esferas do Judiciário, a demanda de processos não é pouca. Recordo que o final de 2014, o número de processos em tramitação na vara Federal da justiça em Brusque era de 4.870. É sabido que a cada dia mais e mais processos ingressam na mesma justiça, o que mostra que não esse número não deve ter diminuído muito.

Da mesma forma, a Justiça do Trabalho segue o mesmo caminho. Nos últimos anos, a média de novos processos trabalhistas na comarca gira na casa dos 1.500. Ou seja, trabalho tem e muito.

Isso tudo mostra como o desrespeito ao cidadão em relação ao serviço público não está apenas no Executivo ou Legislativo, mas no Judiciário também. Lamenta-se que esse tipo de postura se mantenha, mesmo quando o cidadão de um modo geral clama por melhora e excelência no trabalho de seus funcionários.


Só para lembrar, sexta-feira a Prefeitura de Brusque, a ADR e a Câmara de Vereadores não terão expediente. Até aí, nenhuma novidade. 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Quando o legislador não cumpre seu papel de fato

Outro dia comentei na minha página pessoal no Facebook sobre que tipo de atuação que a população parece esperar de quem elege para representá-la nas esferas do poder do Estado. Do Executivo ao Legislativo, ao que se vislumbra, o descontentamento com a prática e a forma de se fazer essa representação é notória: legisladores, membros do Executivo e, porque não, do Judiciário (embora estes tenham um tipo de ascensão diferente) simplesmente ignoraram seu verdadeiro papel quando lá, no centro do poder.
Tenho visto algumas colocações na boca de muitos dos políticos com mandato: “governar para o povo”, “não adianta estar na política se não for para melhorar a vida das pessoas” ou “meu mandato é para fazer aquilo que a sociedade espera”. Na prática, não é o que se verifica.

A atuação do Legislativo, em qualquer esfera, merece um aparte. Afinal, nossos legisladores têm se mostrado, salvo raras exceções, legítimos representantes de seus grupos políticos, partidos ou patrocinadores de campanhas – leia-se empresários afortunados ou com influência econômica, entre outros. O povo, de fato, a sociedade como um todo e seus anseios, passam longe.

O papel do Legislador é, na prática e essência, fazer leis e fiscalizar o cumprimento delas. Cobrar pela solução de problemas que afetam o cidadão como um todo. Apenas para se ilustrar de maneira singela qual a responsabilidade de um legislador. Na prática, isso somente ocorre, e ainda assim de maneira meramente partidária, quando o legislador é oposição ao Executivo. Isso, sem via de regra, em todas as esferas.

Em Brusque tivemos e temos atualmente exemplos claros dessa atuação. No último ano de mandato, o ex-prefeito Ciro Roza foi eleito com uma ampla e total maioria no Legislativo: todos eram de sua base. Pelo menos até que um deles, José Zancanaro, na época do PMDB, debandou e virou oposição. Hoje faz parte, novamente, do grupo de Roza. Recordo que, naquela ocasião, a atuação da Câmara era de, simplesmente, fechar os olhos para as ações do Executivo. Não fossem olhares externos, de adversários políticos, um estrago muito maior teria sido feito para a cidade naquele tempo.

Com sua reeleição em 2012, Paulo Eccel conseguiu articular e fazer ampla maioria no Legislativo, que, mais tarde, virou oposição. Por um bom tempo, todos de sua base fechavam os olhos para as ações do Executivo. Até haver a tal debandada. O papel de seus membros do partido, entretanto, seguiu a cartilha de fechar os olhos para as falhas do governo.

Atualmente cabe destacar a atuação dos membros do atual governo na Câmara. O partido do prefeito Bóca Cunha, o PP, tem dois nomes: Edson Muller, o Pipoca, e Jean Pirola. Chama atenção o silêncio de ambos nestes momentos de dificuldade e muitas críticas pelas quais passa o Executivo por sua atuação. Das reclamações sobre horário de atendimento da Prefeitura, cortes de procedimentos com argumento de ajustar as contas, falta de manutenção da infraestrutura da cidade, entre outros pontos.

Sabe-se que a situação financeira dos municípios não é das melhores. Porém, algumas medidas adotadas são uma afronta ao cidadão. Neste momento, o papel do legislador é o mesmo de quando ele é oposição: ir a público e fazer coro aos reclames da população. Não é o que se vê da parte de quem está na base do Executivo, seja nos municípios, no governo estadual ou federal.


O que não se pode mais aceitar são políticos, e aqui vale para todos os partidos e grupos, que simplesmente governam ou legislam para seus aliados. Espero que o eleitor acorde um dia de fato e faça essa análise. Aliás, ao que parece, está havendo uma transformação. Vide o resultado das urnas no último pleito. Mas como diz um colega jornalista, isso já é outro papo. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Prudêncio pode virar secretário executivo regional


Depois de ser alçado à condição de prefeito de Brusque, ainda que de forma interina, Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD) teve a chance de entrar para a história com um governo que “caiu”, literalmente, em seu colo. Passados os pouco mais de 14 meses de interinidade, saiu com um retrospecto baixo em termos de aprovação, restando apenas a candidatura de vice na chapa encabeçada por Jadir Pedrini (PROS) e a vexatória quinta colocação da mesma chapa na eleição deste ano. Mas, e agora, sem mandato, qual o destino de Prudêncio Neto? Especulações já surgem.

Uma delas e que tem bastante fundamento ouvi hoje. Daí a ser verdade já são outros quinhentos. Mas parece que com apadrinhamento de Gelson Merisio e do próprio governador Colombo, Prudêncio Neto deve se tornar o novo secretário executivo da ADR Brusque (Agência de Desenvolvimento Regional), que hoje é ocupada por Ewaldo Ristow Filho. Algo que, analisando a conjuntura e o grupo de alianças faz total sentido. 

Prudêncnio já ocupou cargos na antiga Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), como diretor-geral, assumindo em algumas ocasiões como secretário. Resta aguardar até janeiro pra saber, já que ele tem ainda mais dois meses de mandato como vereador e presidente da Câmara. Até tentei contato com o Prudêncio hoje pra ver se ele falava alguma coisa sobre essa possibilidade, mas sem sucesso. Como eu disse, se é verdade ou não, daí é outra história. 

Aliás, sobre a ADR, hoje ela é comandada por Ewaldo Ristow Filho. Empresário, tentou imprimir uma característica de organização tão logo chegou ao comando da agência no ano passado. Assumiu com a saída de Jones Bósio, que na ocasião se desligou por conta caso sobre a retirada de barreiras e que foi trazido à tona na época por ação do Ministério Público. Recordo que, na época, a indicação de Ristow não teria agradado ao próprio Bósio, que já estava de relações cortadas com o governador Colombo, de quem havia sido fiel escudeiro por anos.

A ida de Prudêncio Neto para a ADR, se comprovada, sinaliza para a retomada de um suposto projeto político de antes de ele chegar à Prefeitura, o de ser lançado candidato à Alesc. Algo que o próprio Bósio costurou também, mas acabou não vingando.